sábado, 21 de maio de 2011

Relacionamentos amorosos ( II )

Continuando sem perceber o limite da individualidade do outro, característica de nós borderlines, me engajei em mais 1 relacionamento.
Às vezes tinha crise de "depressão" como era diagnosticada, mas nunca ia em frente com meu tratamento, melhorava e já parava com os medicamentos. O namoro durou quase 2 anos, e era do jeito que eu gostava, parecíamos casados. Ele sempre ficava na minha casa ou eu na dele. Porém, nós temos essa tal sensibilidade, um faro sei lah de perceber quando alguma coisa está estranho. E eu desconfiava muito desse meu namorado (A.L.F.). Quando essa desconfiança aumentou eu decidi abandonar o barco. Sempre faço isso, abandono antes de descobrir, e ter uma decepção, ou ser abandonada. Terminei por umas 2 vezes mas voltávamos. Na terceira vez q terminei ele acatou. Bum!!! A bomba estorou msm... E passado umas semanas ele estava com outra. Pra esquecer queria alguém.... Fiquei com uma pessoa. Mas amava o outro. Sabe qdo vai ficando por ficar, acho q é aí q entra a promiscuidade q falam, vc faz e nem percebe o q está fazendo, e estando junto com essa pessoa (A.R.) acabei engravidando. Ele queria casar, dizia q me amava, mas eu não! Foi aí q caiu a ficha do q eu tinha feito, a burrada q eu tinha me enfiado, mas não pelo filho mas pela pessoa que eu estava ao lado! Decidi ficar com o filho, mas como eu não gostava e somos muito sinceros disse que não o amava para casar e nem para continuar namorando. Esse filho é a salvação de muitos pensamentos suicidas que me ocorrem nos dias de hoje. Então acho que ele foi um anjo que Deus me enviou. (K.M.S.R.)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Relacionamentos amorosos... ( I )

Tive poucos relacionamentos amorosos, dá pra se contar na palma de uma mão. E o por quê? A falta de confiança.
Nós borderlines somos "muito sensíveis", vou até repetir isso por muitas vezes aqui no blog. Da mesma maneira que nos encantamos por alguém, nos desencantamos também. A percepção e a imaginação flui demais, mas não porque queremos, mas porque isso acontece conosco. Depois vou até falar sobre a distorção da realidade que acontece conosco, mas repetindo não é porque queremos. E com isso quando começava a me relacionar com alguém era como se nós, fôssemos um só, mas isso prá mim, eu não tinha limite de individualidade, e pow o cara tava com 19 anos ia querer uma garota no pé dando satisfações? Hoje eu entendo né, mas antes não, queria saber onde tava, com quem, tinha que ser de casa pro trabalho, pra minha casa e assim por diante, não deixava respirar, sufocava, como ele dizia, e ainda mais era chamada de mimada porque as coisas tinhas que ser do meu jeito. E era assim msm, tinha q ser do meu jeito. E esse meu relacionamento acabou porque ele não aguentou. Foi minha primeira decepção amorosa, eu tinha tido minha primeira relação sexual com ele, e como prá nós o pequeno se torna grande, enfim foi uma frustração enorme.
Encarei o fato com muita dor, apesar do sentimento. Mas não imaginava ainda o q se passava comigo!
Vou preservar a identidade, mas deixarei as iniciais desse meu companheiro (C.G.S.)

Diagnóstico...

Não vou dar muitas voltas para revelar como fui diagnosticada. Depois retorno sobre minha vida!
Após um filho, um casamento fracassado, outras tentativas de suicídio e uma brava recaída, fora sugerida a internação, porém meu filho era pequeno e minha mãe achou tudo aquilo muito "forte", mas a médica falou sobre uma tal 'internação-dia', eu ia de manhã e voltava à tarde. Na época havia desfeito meu casamento, o motivo não preciso descrever (instabilidade), mas ele me levava e me buscava todos os dias, foram decorrentes por 3 meses. Lá eu era acompanhada por psiquiatra, psicólogas, terapeutas, etc.
Foi em julho de 2006 em que fui diagnosticada após essa internação, o meu Transtorno de Personalidade de Borderline F60.31. Ok, mas o q era isso? De uma coisa tinha certeza, o que eu era tratada desde meus 15 anos (depressão), não era só mais aquilo. A minha médica me propôs a pesquisar sobre o assunto e levá-la tudo o q eu encontrasse durante as consultas, pois meu tempo de tratamento no hospital acabou (convênio), achei tudo normal, tinha 24 anos, mas hoje paro e penso: normal uma médica psiquiatra pedir pra eu pesquisar sobre o assunto e levar pra ela? Para e pensa comigo. Esquisito neh?

Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instável (Borderline)

Falando sobre Transtornos de Personalidade - definidos na Classificação Internacional de Doenças (CID)como “padrões de comportamento profundamente enraizados e duradouros, manifestando-se como respostas inflexíveis a ampla gama de situações pessoais e sociais, constituem-se em desvios extremos ou significativos da forma como um indivíduo médio, em uma dada cultura, percebe, pensa, sente e particularmente, se relaciona com os outros. Tais padrões de comportamento tendem a ser estáveis, e compreendem múltiplas áreas do comportamento e do funcionamento psicológico. Associam-se frequentemente, mas nem sempre, a graus variados de sofrimento subjetivo e problemas no desempenho social”.
Dentre os Transtornos de Personalidade vale destacar o Transtorno de Personalidade Emocionalmete Instável, ou Borderline, tanto pelo número de pessoas acometidas como pelo grau de sofrimento que causa, para o próprio portador e para as pessoas que com ele convivem.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-IV), o transtorno se caracteriza por  "um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos e acentuada impulsividade, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, como indicado por cinco ( ou mais) dos seguintes critérios:
  • esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginário;
  • padrão de relacionamentops interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização;
  • perturbação da identidade:instabilidade acentuada e resistente da auto-imagem ou do sentimento do self;
  • impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa (por ex: gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, direção imprudente, comer compulsivamente);
  • recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante;
  • instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (por ex:episódios de intensa disforia, irritabilidade ou ansiedade, geralmente durando algumas horas e apenas raramente mais de alguns dias);
  • sentimentos crônicos de vazio;
  • raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva (por ex: demonstrações frequentes de irritação, raiva constante, lutas corporais recorrentes);
  • ideação paranóide transitória e relacionada ao estresse ou severos sintomas dissociativos.”
Lendo esses critérios, dá prá imaginar a confusão com que essas pessoas vivem seus relacionamentos: inicialmente se apaixonam, são capazes de qualquer coisa (qualquer coisa mesmo) para ficar com o ser amado, brigam, xingam, quebram coisas, agridem o outro ou a si mesmos caso se sintam abandonadas. Depois não querem ver o ex-ser amado nem pintado, pois “a fila já andou”. A falta de noção de si mesmo pode levar a indefinição sexual e profissional, com dificuldade de assumir papéis adultos e estabilizar a vida. O comportamento autodestrutivo, tanto nas tentativas de suicídio, como no consumo de drogas ou álcool, promiscuidade sexual, direção perigosa, comprar ou comer compulsivo levam a sucessivas perdas, inclusive da própria saúde física. Muitas pessoas apresentam patologias orgânicas decorrentes destes comportamentos e, em função desta instabilidade têm muita dificuldade em seguir o tratamento de forma adequada.
Estas descrições certamente lhe fizeram lembrar de personagens de jornais, revistas e TV, que você não conhece pessoalmente mas sabe de detalhes de suas agruras. Nossa sociedade “voyerista” consome vorazmente os escândalos que pessoas com esse Transtorno de Personalidade provocam. Mas se lembrou alguém que você conhece de perto e certamente o incomoda com seu “jeito estúpido de amar e exigir ser amada”, tenha compaixão. Além de causar sofrimento essas pessoas sofrem também.
O tratamento é complexo, pode demandar o trabalho de mais de um profissional, com várias  abordagens ( psicofarmacoterapia, psicoterapia, terapia ocupacional, terapia familiar, etc) mas é possível e pode trazer importante melhora na qualidade de vida das pessoas acometidas.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Por que um Blog desse assunto? Transtorno de Personalidade de Borderline!

Primeiro porque essa doença começa a dar indícios na adolescência, e onde o adolescente mais fica hoje é na net.
Segundo porque aqui no Brasil ainda há pouca informação sobre essa doença, e tudo e qualquer coisa pode ser ajuda, para que não precisem levar quase 10 anos para que se diagnostiquem como aconteceu comigo, era uma simples depressão!
É uma doença séria, precisa ser tratada com cuidado, com muito cuidado, muitas pessoas e médicos até chegam a pensar que a pessoa é manipuladora, promíscua.
Mas vai lá fora pesquisar sobre essa doença F60.31, e veja, como no nosso Brasil não temos NADA!
Temos muita coisa em sites espanhóis, americanos, mas procuremos em sites brasileiros... se encontrar me mande por favor... por favor!
Eles pouco estão preocupados conosco, acha q é mimo, frescura... se fosse frescura, muitos de nós não buscávamos o suicídio como refúgio. E o q os médicos brasileiros fazem? Nada!
Desculpe, se alguns fazem mas nada publicam.
E aí temos que buscar solução fora do país. Mas vamos nos ajudar!!!

Primeiro aos 15 anos...

A primeira tentativa de suicídio foi entre 15 e 16 anos. Após uma saída com meus pais, meu irmão e um namoradinho da época, entramos em discussão. O local em q estávamos chamava-se Chopão, ficava na Giovani Gronchi, dentro do Orquidário, nem sei se ainda existe, mas próximo a ponte João Dias. Eu não bebia, nem fumava. Meu namoro não era como os de hoje. Até dormíamos juntos quando saíamos mas não rolava nada! Eu era uma tradicionalista, seguia as regras como em ordem de general, mas pra mim tava ótimo daquele jeito, comentei só prá salientar o quanto era ditadura, e o quanto eu era imatura. Mas durante a discussão dentro daquele restaurante eu já estava "cheia". Cansada de tantas brigas, discussões presenciadas pelos meus pais embriagados. Saímos dali e eu tinha um propósito. Morrer e acabar com minha vida.
Quando cheguei em casa, peguei uns comprimidos q meu pai tomava, não sabia para q servia, só sabia q era forte pq a tarja era preta, e ingeri vários (2 cartelas) juntamente com bebida alcoólica e fui deitar. Depois se deram conta, era Rivotril, e fora todo aquele procedimento, lavagem, e volta prá casa.Comecei um tratamento de depressão, melhorei e em 2 meses larguei.