domingo, 6 de maio de 2012

Reportagem da Revista Galileu Ed. 94


Na fronteira da loucura
Borderline, o distúrbio de personalidade que leva as pessoas a desatinos

Por cláudio fragata lopes

Você deve se lembrar do filme Atração Fatal, de Adrian Lyne. Nele a atriz Glenn Close vive uma executiva que seduz um advogado casado, interpretado por Michael Douglas. Ela, no entanto, não aceita a idéia de um simples caso de fim de semana e, menos ainda, a frustração do abandono. Começa aí uma perseguição doentia, onde explosões de agressividade, chantagem emocional, tentativa de suicídio, automutilação e invasão de privacidade fazem parte de um esforço obsessivo para ficar ao lado do homem que ama. Nesse vale-tudo, sua fúria se estende à esposa e à filha do advogado com o objetivo de intimidá-lo. Claro que a história termina em tragédia. Mas fatos como esses, que dão roteiros de tirar o fôlego, não acontecem apenas no cinema. Existem, na vida real, pessoas que se comportam exatamente como a personagem de Glenn Close. São aquelas que sofrem de um gravíssimo distúrbio de personalidade conhecido como borderline, palavra inglesa que significa fronteiriço. O nome já diz tudo: elas vivem no limite da sanidade, sem contudo encaixarem-se em nenhum quadro conhecido de doença mental ou neurológica. Suas vidas são uma eterna roleta russa. Costumam ter variações repentinas de humor, não conseguem controlar a raiva e tornam-se muito agressivas diante da menor contrariedade. Nesses rompantes de ódio, podem quebrar a casa inteira e também quem estiver por perto. Agem sempre impulsivamente, abusando muitas vezes do álcool e das drogas, comendo demais ou praticando sexo de forma compulsiva.

Sempre insatisfeitos, os borderlines queixam-se com freqüência de sensação de vazio interior. Quando se sentem rejeitados ou querem manipular alguém, tentam o suicídio ou praticam a automutilação. Não é para menos que estão entre os casos mais difíceis da psiquiatria.
"Não se trata de uma doença, mas de um distúrbio de conduta, que tem como conseqüência sérios prejuízos não só para o próprio indivíduo, como para as pessoas que o cercam", explica o psiquiatra e psicanalista Oswaldo Ferreira Leite, diretor do Serviço de Psicoterapia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, onde, junto com outros especialistas, vem desenvolvendo um tipo específico de psicoterapia para o tratamento desses casos. "Os pacientes borderline não vivem fora da realidade e nem dizem coisas delirantes, mas, ao mesmo tempo, não se ajustam, não evoluem, nunca alcançam a realização pessoal."

Claro que com tal comportamento, os borderlines têm enormes dificuldades de relacionamento social, agravadas pelo sentimento constante de rejeição e não-aceitação. Estão sempre criando caso e raramente permanecem muito tempo casados ou no mesmo emprego. Aliás, na área afetiva, parecem ter um talento especial para se envolver em relações tumultuadas, ao mesmo tempo intensas e instáveis. Em contrapartida, quando se sentem aceitos por alguém, fazem um esforço sobre-humano para evitar o abandono, mesmo quando não há razões concretas para isso. É comum, neste caso, "grudarem" no objeto amado de modo doentio, a ponto de a outra pessoa não agüentar a relação sufocante. "Tal é o grau de desordem de suas vidas, que os pacientes borderline geralmente viram caso de polícia antes de virarem caso de psiquiatria", afirma Oswaldo. "Como não toleram frustração e não controlam a impulsividade, acabam se envolvendo na criminalidade antes de receber qualquer ajuda médica ou psicoterápica."
Descontrole-padrão
Claro que nem todos eles cometem atos criminosos, mas são tipos potencialmente perigosos quando têm uma arma na mão. Qualquer um pode perder momentaneamente o controle das emoções, mas no caso dos borderlines o padrão anormal de comportamento é permanente. Por isso, é muito comum que procurem o serviço de psiquiatria para tratar de outros problemas, como a dependência de drogas ou uma tentativa frustrada de suicídio. Só então é que o transtorno borderline é diagnosticado.

Este foi o caso de E. S., de 27 anos, levada ao ambulatório de psiquiatria por intoxicação de álcool e drogas. Filha caçula de uma família de dez irmãos e fruto de uma gravidez indesejada, começou a ter dificuldade nos estudos e nos relacionamentos sociais ainda adolescente. Foi quando se envolveu com drogas, passando a ter uma vida sexual promíscua e conturbada. Depois do tratamento de desintoxicação, outras facetas de sua personalidade foram aparecendo. Revelou-se uma pessoa impulsiva, com graves dificuldades de adaptação e de constante variação de humor. Incapaz de conviver em grupo, vivia criando casos na enfermaria onde ficou internada, exigindo toda a atenção do mundo para si. Logo o diagnóstico foi fechado: transtorno de personalidade borderline. Embora as manifestações do problema apareçam na infância e avancem ao longo da vida, o diagnóstico só pode ser feito na idade adulta, quando a personalidade já está formada. Mesmo assim, a imaturidade parece ser um dos traços dominantes desses pacientes. "Eles atuam como eternas crianças birrentas, que esperneiam, não aceitam limites", descreve Oswaldo. "O que se tem constatado é que sua história de vida está sempre marcada por uma rejeição primitiva, geralmente relacionada à gravidez indesejada ou ao abandono mesmo."

Os borderlines são também "fronteiriços" do ponto de vista do tratamento. Este é o outro lado problemático da mesma moeda. Sem se encaixar exatamente nos diagnósticos psiquiátricos e psicológicos, nem sempre os pacientes com esse tipo de transtorno de personalidade reagem bem à medicação ou às sessões de psicoterapia.
Relação complicada
Neste último caso, a dificuldade é ainda maior. O tratamento psicoterápico está fundamentado na relação entre o terapeuta e o paciente, o que é quase impossível de se estabelecer com os borderlines, pessoas incapazes de manter vínculos, indisciplinadas demais para comparecer a sessões regulares e sem a menor noção de limites individuais. "Este tem sido nosso desafio", esclarece Oswaldo. "No Instituto de Psiquiatria há um grupo experimental, formado por psicanalistas, que vem tentando aperfeiçoar algu
mas técnicas que fortaleçam e aprofundem o vínculo com esses pacientes." Inspirado nas idéias do psicanalista austríaco Otto Kernberg, que estruturou uma teoria psicodinâmica para explicar o funcionamento mental dos pacientes borderline, o grupo aplica uma psicoterapia que dá maior ênfase à transferência e à contratransferência (leia quadro). A imposição de limites é outra condição fundamental: "É um pressuposto indispensável não só para o paciente tolerar o tratamento, mas para o terapeuta suportar o paciente", admite o psiquiatra Daniel Boleira Sieiro Guimarães, também do Instituto de Psiquiatria. "Tratar de um borderline é como pilotar um navio numa tempestade. É uma provocação constante. O terapeuta tem que estar ciente disso antes de começar seu trabalho."

Daniel afirma que não é todo psicoterapeuta que suporta a carga pesada de casos como esses. Ele acredita que só o trabalho em equipe, feito com o suporte de uma instituição médica, seja realmente eficaz. Essa também é a opinião de Oswaldo Leite: "Embora seja um trabalho pioneiro, temos obtido bons resultados", garante. Mas ambos admitem que não existe cura definitiva para o distúrbio. O que o tratamento proporciona é um controle maior das emoções do paciente, que pode adquirir um pouco mais de auton
omia no convívio com os outros e consigo mesmo. "O transtorno borderline é a aids da psiquiatria", compara o médico. "Não tem cura, mas com o tratamento pode-se diminuir o sofrimento dessas pessoas. Esta é ainda a única forma de ajudá-las a viver um pouco melhor."

Antes de virar caso psiquiátrico,o paciente borderline geralmente vira caso de polícia
Transferência e contratransferência
A transferência, na definição freudiana, é o nome que se dá aos sentimentos experimentados pelo paciente na terapia. São repetições inconscientes de situações vivenciadas por ele no passado e que são deslocadas para o terapeuta. A contratransferência diz respeito às manifestações emocionais do terapeuta em relação ao paciente, que devem ser conscientes e controladas para serem usadas como instrumento de trabalho. No caso de borderlines, os psicoterapeutas precisam ser habilidosos na identificação
dessas reações.

Glenn Close e Michael Douglas em Atração Fatal: perseguição doentia

Oswaldo Leite, do Instituto de Psiquiatria da USP
Uma estrela borderline
Embora o transtorno não tivesse sido ainda descrito à época de sua morte, Marylin Monroe talvez fosse hoje diagnosticada como uma borderline. Com sérios problemas de rejeição e abandono na infância, que mais tarde se refletiram na vida adulta, a atriz nunca conseguiu manter relações duradouras. Seus casamentos com Joe di Maggio e Arthur Miller foram muito conturbados. Frágil, sempre necessitando dos cuidados e aprovação alheia, Marylin abusou do álcool e sedativos. Nunca escondeu o quanto se sentia infeliz. Talvez tenham sido esses motivos que a levaram ao suicídio. Mesmo a suposição de que a atriz tenha sido assassinada pela Máfia, por causa de seu envolvimento com o presidente americano John Kennedy e, depois, seu irmão Bob, pode ser entendida do ponto de vista borderline. É possível que ela não aceitasse a idéia de um simples caso com os irmãos, nem a de uma forçosa separação por serem ambos casados e ela um perigoso risco para suas carreiras políticas. Pode ser também a explicação para os insist
entes telefonemas dirigidos à Casa Branca provenientes do aparelho da atriz.

Anote
Para ver

Atração Fatal, de Adrian Lyne. Com Glenn Close e Michael Douglas, CIC Vídeo

Mulher Solteira Procura, de Barbet Schroeder. Com Bridget Fonda e Jennifer Jason Leigh, LK-Tel
Para ler
Adolescente Borderline, de Otto Kernberg, e Psicoterapia Psicodinâmica de Pacientes Borderline, de Otto Kernberg e outros; Editora Artes Médicas Sul; (051) 330-3444 e (011) 852-9544
Para tratar
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo; (011) 3069-6576

terça-feira, 24 de abril de 2012

QUANDO A INSTABILIDADE EMOCIONAL FAZ SOFRER: O BORDERLINE



Por Fernando Ferreira Filho

Os transtornos de personalidade afetam todas as áreas de influência da personalidade de um indivíduo, o modo como ele vê o mundo, a maneira como expressa as emoções, o comportamento social. Caracteriza um estilo pessoal de vida mal adaptado, inflexível e prejudicial a si próprio e também aos que o cercam. Os transtornos de personalidade são relacionados por semelhança ou classificação e são conhecidos como: 

• A borderline ( vamos conhecer a seguir).
• A anti-social (comportamento social irresponsável, insensível, ausência de remorsos).
• A paranóide (desconfia de tudo e todos).
• A esquizóide (dificuldade em se relacionar e expressar suas emoções).
• A ansiosa (inibido e ansioso, com baixa autoestima).
• A histriônica (dramaticidade, carente afetivo, dentro outros).
• A obsessiva (mania de perfeição, rigoroso consigo e exigente com os outros).

A instabilidade das emoções é o traço marcante deste transtorno, que se apresenta por flutuações rápidas e variações no estado de humor de um momento para outro sem justificativa plausível. As pessoas com este transtorno reconhecem sua instabilidade emocional, mas para tentar camuflá-la, tentam justificar-se com argumentos descabidos. Seu comportamento impulsivo freqüentemente é autodestrutivo. Os borderline não conseguem ter de forma clara uma identidade própria, com um projeto ou uma finalidade de vida e uma escala de valores duradoura, até mesmo quanto à própria sexualidade. A instabilidade é tão intensa que acaba incomodando a própria pessoa que em dados momentos se auto-rejeita, por isso a insatisfação pessoal é uma constante em sua atormentada existência.
Aspectos importantes sobre este transtorno:
• Padrão de relacionamento instável variando rapidamente entre amar e odiar, ter uma grande amizade por determinada pessoa, para logo a seguir desprezá-la. 
• Comportamentos impulsivos, principalmente quanto a gastar dinheiro, no campo sexual, abusam de substâncias psicoativas, pequenos furtos, costumam dirigir de forma irresponsável. 
• Rápida variação das emoções, passando de um estado de irritação para angustiado e depois para depressão (esta ordem não é obrigatória). 
• Sentimento de raiva é freqüente e a falta de controle desses sentimentos pode levá-la a lutas corporais de conseqüências inesperadas. 
• Comportamento autodestrutivo ou auto-mutilante, podendo chegar ao suicídio. 
• Sentimentos persistentes de vazio e tédio. 
• Dúvidas a respeito de si mesmo, de sua identidade como pessoa, de seu comportamento sexual e de sua carreira profissional.

Este transtorno de personalidade é um verdadeiro tormento na vida de quem o possui, nestes casos, a psicoterapia bem aplicada, com uma medicação bem prescrita, associadas ao uso de remédios Florais de Bach, traz ao borderline, um grande conforto mental e físico. Eu pessoalmente, ainda sugiro a pessoa com este transtorno, que trabalhe a sua religiosidade, seja ela de qualquer denominação, e se engaje em algum trabalho voluntário de sua comunidade. Para ela trabalhar a compaixão pelo próximo.

Até hoje, estudiosos neste assunto, tem dificuldade em definir novas causas para este transtorno de personalidade. Provavelmente a personalidade borderline é multicausal, e vários outros tipos de estudo ainda necessitaram ser feitos.
Fontes consultadas:The Prevalence of Personality Disorders in a Community Sample
Torgersen Svenn
Dalgalarrondo, Paulo, “Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais – 2ª edição – Artmed.
 

domingo, 6 de novembro de 2011

Com o tempo, você analisa que abrir mão de algo muito importante, só se faz quando se tem um motivo maior que esse algo: seja um propósito, uma crença, um valor íntimo, uma obstinação qualquer que te oriente para essa escolha que já se sabia tão dolorosa. É um sacrifício voluntário por algo mais pleno, mais grandioso em Beleza. E, nestas análises, você descobre outras perdas que são positivas: perde-se também a ansiedade, a insegurança e a ilusão. E você aprende a recomeçar agradecendo por vitórias tão pequenininhas… Como quando é noite e antes de dormir você se enche de gratidão: ‘Deus, obrigada, porque é noite e eu tenho o sono… Que venha um sonho novo, então’. 


(Marla de Queiroz)

sábado, 5 de novembro de 2011

METADE



Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

(Oswaldo Montenegro)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Agressões Morais e Físicas

   Agredi e fui agredida!
   A primeira vez foi pelo meu irmão. Após a saída do HD (hospital-dia) já diagnosticada, porém ninguém entendia direito do assunto, estávamos na casa dos meus pais, eu e meu filho, já estando separada, e ele era bem teimoso e na casa da vó dengoso. Tive uma crise e eu o balancei brava brigando. Minha mãe gritou achando que eu ia enforcar o garoto. As pessoas não tem noção que fazemos qualquer coisa prá "nos machucar" para suprir a dor que estamos sentindo, mas não machucar quem amamos, jamais! Hoje entendo que leiga no assunto não sabia qual eram meus limites só sabia que era portadora de uma tal doença que chegava a se torturar, e pq não torturar o outro? Porém ela gritou! E vieram meu pai e meu irmão e ela contou o ocorrido, colocou meu filho no colo e saiu.
   Nisso gerou uma briga com meu irmão que me deu murros na face, me segurou fortemente, meu pai assistindo tudo sem se posicionar. Ou seja, fui agredida, fiquei sem andar por uma semana e ele disse que só me segurou! Eu era a louca na época, mas se tivesse só segurado eu tinha ficado com a boca sangrando? Com hematomas pelo corpo? E com ele dolorido por uma semana como fiquei?

   Na 2ª vez foi com um namoradinho, digo assim porque ficamos juntos por um mês em Bragança Paulista. Discutimos, ele me chamou de louca e eu dei um tapa no rosto dele. Me senti agredida por ele saber do meu quadro de borderline. Ele revidou com um soco e um pontapé que causou hematomas.
   Estou comentando isso porque nós com TPB podemos perder o controle sim. Mas se somos provocados. Primeiros são as agressões morais que geram, levam às agressões físicas num borderline.

sábado, 21 de maio de 2011

Relacionamentos amorosos ( II )

Continuando sem perceber o limite da individualidade do outro, característica de nós borderlines, me engajei em mais 1 relacionamento.
Às vezes tinha crise de "depressão" como era diagnosticada, mas nunca ia em frente com meu tratamento, melhorava e já parava com os medicamentos. O namoro durou quase 2 anos, e era do jeito que eu gostava, parecíamos casados. Ele sempre ficava na minha casa ou eu na dele. Porém, nós temos essa tal sensibilidade, um faro sei lah de perceber quando alguma coisa está estranho. E eu desconfiava muito desse meu namorado (A.L.F.). Quando essa desconfiança aumentou eu decidi abandonar o barco. Sempre faço isso, abandono antes de descobrir, e ter uma decepção, ou ser abandonada. Terminei por umas 2 vezes mas voltávamos. Na terceira vez q terminei ele acatou. Bum!!! A bomba estorou msm... E passado umas semanas ele estava com outra. Pra esquecer queria alguém.... Fiquei com uma pessoa. Mas amava o outro. Sabe qdo vai ficando por ficar, acho q é aí q entra a promiscuidade q falam, vc faz e nem percebe o q está fazendo, e estando junto com essa pessoa (A.R.) acabei engravidando. Ele queria casar, dizia q me amava, mas eu não! Foi aí q caiu a ficha do q eu tinha feito, a burrada q eu tinha me enfiado, mas não pelo filho mas pela pessoa que eu estava ao lado! Decidi ficar com o filho, mas como eu não gostava e somos muito sinceros disse que não o amava para casar e nem para continuar namorando. Esse filho é a salvação de muitos pensamentos suicidas que me ocorrem nos dias de hoje. Então acho que ele foi um anjo que Deus me enviou. (K.M.S.R.)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Relacionamentos amorosos... ( I )

Tive poucos relacionamentos amorosos, dá pra se contar na palma de uma mão. E o por quê? A falta de confiança.
Nós borderlines somos "muito sensíveis", vou até repetir isso por muitas vezes aqui no blog. Da mesma maneira que nos encantamos por alguém, nos desencantamos também. A percepção e a imaginação flui demais, mas não porque queremos, mas porque isso acontece conosco. Depois vou até falar sobre a distorção da realidade que acontece conosco, mas repetindo não é porque queremos. E com isso quando começava a me relacionar com alguém era como se nós, fôssemos um só, mas isso prá mim, eu não tinha limite de individualidade, e pow o cara tava com 19 anos ia querer uma garota no pé dando satisfações? Hoje eu entendo né, mas antes não, queria saber onde tava, com quem, tinha que ser de casa pro trabalho, pra minha casa e assim por diante, não deixava respirar, sufocava, como ele dizia, e ainda mais era chamada de mimada porque as coisas tinhas que ser do meu jeito. E era assim msm, tinha q ser do meu jeito. E esse meu relacionamento acabou porque ele não aguentou. Foi minha primeira decepção amorosa, eu tinha tido minha primeira relação sexual com ele, e como prá nós o pequeno se torna grande, enfim foi uma frustração enorme.
Encarei o fato com muita dor, apesar do sentimento. Mas não imaginava ainda o q se passava comigo!
Vou preservar a identidade, mas deixarei as iniciais desse meu companheiro (C.G.S.)